Um dia após cada dia. O tempo segue e eles vão. Ninguém
sabe para onde, ninguém sabe o porquê, muito menos o que eles viram quando
foram para lá. Não se sabe há quanto tempo, não se sabe se voltarão.
Só se sabe que havia algo explodindo dentro deles, uma
mistura simples e incompleta de tudo que eles haviam passado. Eles eram feitos
de fogo, de raiva e de emoção.
Os dois estavam longe demais para serem lembrados, e
perto demais para serem esquecidos. Todos sabiam que aquilo iria continuar,
como um equilíbrio, onde os dois seguem juntos, na mesma intensidade, em
direções opostas, indo sempre para o mesmo lugar.
Ela precisava da razão, e ele da sensibilidade. Eles
morreriam juntos, pois obtiveram tudo, apesar de não parecer nada.
Os dias passavam, o frio aumentava, mas eles continuavam,
sua chama não havia se apagado. Ninguém os estava procurando, e isso tornava
tudo ainda mais empolgante.
Os ventos eram fortes, e o calor ficava cada vez mais
intenso. Ela já estava achando que era loucura, e ele não via mais razão. Mas
era a única forma, de manter tudo, como sempre foi.
O calor se foi. Os dois voltaram a enxergar o sentido.
Seu equilíbrio voltou a girar para poder se manter parado. E eles conseguiram se
compor, quando se deixaram levar, pelo lua e pelas estrelas, pelo Sol e pela
terra, pelo tudo e pelo nada.
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