terça-feira, 28 de abril de 2015

Malu - capítulo 2

A casa do lado

            O dia enfim chegou. Ninguém nunca adivinharia que aquele era o dia porque tudo indicava que era mais um dia prosaico na rua G. de S. Álvaro Rosário tinha saído às 5 da manhã no bonde para trabalhar, Fátima de Lourdes Lázaro arrancava páginas de livros para fazer bolinhas de papel e Maria Mariana lia o jornal, ignorando todas as outras crianças que brincavam. Eu não fazia nada.
 – Compraram a casa do lado! – Francisco Lázaro gritou enquanto entrava esbaforido
            Minha mãe levantou da cama, Gustavo José parou de comer biscoitos, Luis Marcos parou de estudar obras científicas e até Maria Mariana prestou atenção
 – Não pode ser – Teresa, esposa de Álvaro declarou
 – Como depois de tantos anos? – disse Maria Isabel Rosário entre um bocejo
 – Meninos, meninas – Luis Marcos Rosário falou ajeitando seus óculos falsos de cientista – só há uma solução
 – Vamos para o muro! – Zé Pimenta Rosário gritou e todas as crianças saíram correndo se atropelando
            Passamos uma por cia da outra, onze pares de olhos para apenas um buraco no muro que dava para a casa do lado. Horas, ou talvez alguns minutos se passaram e nada foi visto. Bernadeta Lázaro voltou para cima da árvore, Joana Pitanga voltou para o terço e Zé Pimenta foi se jogar na lama.
            Mas eu fiquei lá, sem ver se dona Fátima Lourdes tinha lanchado algo sem ser minhocas, sem ver se Natureza Alegre tinha esboçado um sorriso e sem mandar Sagrada Pomba parar de brincar.
            Nada de novo nunca acontecia e a casa do lado era estranha o suficiente para sua ocupação ser um evento. Nada naquele dia parecia mais importante do que quem seria o novo vizinho.
            Quando estava escurecendo minha mãe acordou e me chamou para dentro. E apesar de tudo indicar que era mais um dia normal, a casa do lado não saía de minha mente.

            Quando fui dormir ouvi algo estranho no quarto. Procurei e procurei, as não havia nada. De madrugada ouvi o barulho de novo, olhei para o chão. Era um gato.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Feliz dia da Terra

Antes tarde do que nunca, vamos agradecer por ela ser nosso lar, nossa mãe, viva a Terra!

 
   

terça-feira, 21 de abril de 2015

Davi

   Como já disse algumas vezes, meio sonho de vida é ser professora. E agora (há mais de um mês mais ou menos) estou dando aula.
   Na minha casa vivem, meus pais, minhas duas avós e minha tia avó. Essas três últimas já são bem idosas, mas as mais velhinhas são minha tia avó Herenice de 93 anos e minha avó Regina (paterna) de 88 anos. Elas não saem muito de casa e quando o fazem ficam muito cansadas. Então, minha mãe passou a chamar uma manicure que é de um salão que conhecemos e mora perto da gente para vir fazer as unhas de todas.
   Esta manicure tem um filho de 9 anos que estuda em um colégio municipal e tem muita dificuldade de aprendizado.Ele já repetiu uma série e ela não sabia o que fazer. Então minha mãe ofereceu que eu desse aula particular para ele. Apesar de não querer dar aula para o primeiro segmento do ensino fundamental (nada contra com quem o faz, mas não é meu alvo, acho muito legal, mas não é meu sonho), fiquei muito empolgada com a ideia.
   Já estou dando aula para ele e adoro. Ajudo em matemática, português, ciências, geografia. Mas não gosto de fazer só o "suficiente", passo atividades para casa (comprei até um caderninho para ele), dou livros para ele ler, já leu alguns contos de Histórias à Brasileira - Pedro Malasartes e Outras recontadas por Ana Maria Machado. Era um livro que eu era apaixonada. Também dei de presente para ele um livro chamado A Felicidade é uma Melancia na Cabeça.
   É uma sensação maravilhosa quando eu o ajudo e vejo que ele está melhorando. Passo a semana pensando em como vai ser nossa próxima aula e tenho certeza que é isso que quero.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Nós e o Diferente - parte 4 - Raça?

   Até mais ou menos 100 anos atrás (aproximando porque fiquei na dúvida da data) nós, humanos, éramos divididos por raças, como cães. As pessoas também se tratavam MUITO diferente dependendo de como fosse sua pele, seu cabelo, e indo mais além até suas feições. Muitas coisas (muito ruins) foram feitas com esse princípio, como o Apartheid na África do Sul, e também o Imperialismo (que foi justificado com base na teoria de que os europeus seriam superiores aos asiáticos e africanos). É tanta loucura que odiaríamos alguém só pela cor de pele dela, pele, que tomamos sol e muda de cor. 
    Apesar de tão absurdo e irracional, o racismo é uma situação que vemos em MUITOS países, até mesmo no Brasil (não pretendo entrar em uma questão mais complexa, quem sabe em outra postagem). O fato é que seja lá qual for a causa, origem, justificativa, racismo (em nosso país pelo menos) é crime, e deveria ser tratado como tal. 
   Sou bem "politicamente correta", ai como detesto esse termo, com esse negócio de preconceito. Gente, não faz sentido não gostar de alguém pela sua cor, aparência, ou origem. Não leva a lugar nenhum, e é uma coisa tão TÃO secundária numa pessoa.
    Porque na verdade, na verdade mesmo, o que importa é o que está dentro, um baita clichê, mas é verdade. Não devemos tratar ninguém diferente pela cor dele, não importa quem seja.
    Para esse tema tenho vários filmes para recomendar, todos eles conhecidos, mas valem a pena:

Escritores da Liberdade (recomendo fortemente, e um dia perciso falar SÓ desse filme)


FONTE DA IMAGEM:

Dragão

Olha quem finalmente ficou pronto:

Sei que a foto não está das melhores

terça-feira, 14 de abril de 2015

Malu - capítulo 1

  Quero contar uma novidade! A partir de hoje, toda semana colocarei um capítulo novo sobre uma história nova chamada Malu, que a propósito não é o nome da narradora. Malu é uma história que eu sonho que vire uma peça de teatro, mas enquanto isso é impossível, façamos dela um livro. Espero que gostem:

Como todos tem sua história, esta é minha história

                Minha mãe tinha dois namorados. Alexandre Concha era um renomado professor universitário, sempre que ele a via lhe dava presentes caros. O outro era Euclides, um dono de bar que também era grosseiro. Sempre que ele e mamãe saíam ficavam até de madrugada juntos. Às vezes saíam os três juntos, mas nem sempre dava certo, porque um tinha ciúme do outro. Minha mãe não ligava para isso, aliás ela ligava para pouca coisa.
            Dizem que ela não era assim, antes de nos mudarmos para a casa 86 da rua G. de S., antes de morarmos com os Lázaro e com os Rosário, antes do meu pai morrer.
            Não me lembro muito bem do meu pai, apenas do dia que ele morreu. Minhas irmãs se lembravam até dos traços mais discretos do rosto, do tom de voz, e do jeito de sorrir. O que é estranho, porque sou a mais velha.
            Enfim, papai morreu no dia vinte e oito do nono mês do ano em que eu completava sete anos. Estávamos todas em casa, eu, mamãe, Sagrada Pomba e Natureza Alegre, minhas duas irmãs, quando Carlos Meia Noite, um funcionário dos meus pasi entrou correndo:
 – Seu Euzébio Cruz foi atropelado por um caminhão  – ele falou gritando
            Olhamos para ele com cara de espanto, Sagrada Pomba começou a gritar. Natureza Alegre parou de sorrir e minha mãe começou a chorar. Não lembro o que fiz. Sei que minha mãe se virou para ele e disse as seguintes palavras:
 – Carlos (soluço), pegue todas as coisas de valor para você, não quero ver nenhuma delas (soluço). Vamos embora, eu e as meninas (soluço), você fica.
            Ele assentiu sem dizer nada.
            Arrumamos nossas coisas as pressas, deixando para trás apenas meu ursinho. Viajamos de todas as formas possíveis por um tempo que pode ter durado meses, dias ou horas até chegar à rua G. de S. Mamãe disse para nós não ficarmos mal, que tudo mudaria, disse também para rezarmos todos os dias agradecendo por termos uma casa e uma família para nos abrigar.
 – Nala Hope, cuide de todos, será a mais velha aqui. – ela disse em segredo para mim.
            Deste então tudo parece igual. Cuido das crianças da família Junqueira (a minha), Lázaro e Rosário. Assisto as carolas do terço falando da vida alheia e as noites olhando pela janela do sótão, aonde durmo, esperando que um dia as coisas mudassem. Anos se passaram até que um dia um fato inédito aconteceu em nosso bairro.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Português

  Quero compartilhar aqui que creio que que tenha tomado enfim minha decisão para faculdade. Estava numa dúvida cruel entre letras e ciências sociais. Português sempre me cativou, mas sociologia também é uma matéria pela qual me apaixonei. Quero dar aula, mas não gostaria de dar aula de sociologia, mas ao mesmo tempo português é uma matéria que causa um enorme desinteresse nas pessoas. 
    Mas a língua é a expressão de um povo, é o que liga brasileiros de Norte ao Sul, a literatura é arte, a impressão da sociedade, ligada à história, às pessoas. Sem a língua, o mundo que conhecemos não existiria. Português pode não ser a matéria que mais possibilita alguns debates (como história, geografia, sociologia, por exemplo), mas é a coisa que eu amo e que faz parte de mim, nada impede que eu posso debater qualquer coisa em sala de aula. Além de tudo, acredito que conhecendo português as pessoas podem mudar, você aprende a se comunicar, os textos ficam mais fáceis de serem lidos e escritos, você pode se fazer entender, e tudo isso é fascinante.
   Fico muito feliz com minha escolha. 

terça-feira, 7 de abril de 2015

Compras da viagem

Para não fazer algo enorme, vou publicar aqui as coisinhas que comprei
Livros que comprei para mim
Livro para meu aluno
Feijão surpresa (vou depois colocar o crescimento dele)
Tsuru
Macaquinho japonês
Chaveirinho de dragão
Lanterna japonesa
Cordão de Tigre (meu signo no horóscopo chinês)

DIÁRIO DE BORDO

DESTINO: São Paulo (capital)
DIAS: 02/04 até - 05/04
COMPANHIA: Dinda (minha madrinha, irmã da minha mãe) e Jordan
VEÍCULO: avião

 PRIMEIRO DIA: chegamos em Guarulhos e pegamos um ônibus até o metrô de Tatuapé, aonde almoçamos no shopping também com esse nome. Eu, como sempre, já muito feliz por estar em São Paulo, cidade pela qual meu coração bate forte. Continuando, uma boa coisa deste shopping é a doceria holandesa, que tem brigadeiros (de todos os jeitos) lindos e maravilhosos. 
Fomos para o hotel (Ibis Budget da Estação Paraíso) dar uma organizada na vida. Partimos então de metrô para a Liberdade (o bairro japonês de São Paulo). É um dos lugares mais legais que passamos, só os mercados já valem a pena que tem tanta coisa diferente. Nas ruas muitas pessoas falam japonês e são vendidos jornais nessa língua também. Além dos restaurantes típicos (para quem é fã) e das lojinhas. Dica, quanto mais longe do buchicho, mas baratas são as coisas. Depois de um tempinho, pegamos o metrô para a estação Trianon-MASP ver o MASP (Museu de Arte de São Paulo) que é absolutamente fantástico. Tinha uma exposição linda sobre Modernismo e Pré Modernismo além de uma chamada Deuses e Madonas. Além de tudo, fomos num horário (entre 17h e 21h) no qual o museu é de graça. Partimos então para a Livraria Cultura, que assim como o MASPfica na Avenida Paulista. Para quem gosta de ler, a livraria é imperdível. Enorme, cheia de coisas, e ainda tem aquela energia, sabe?
SEGUNDO DIA: fomos primeiro a um supermercado comprar uns lanchinhos e vimos um refrigerante muito diferente chamado Tubaína Retrô. Depois fomos para a Luz, aonde tem o maravilhoso Museu da Língua Portuguesa, que estava tendo a "Esta Sala é uma Piada" sobre o humor no Brasil, e o acervo "normal" (não sabia que palavra utilizar), que tem a história da língua, quadros interativos que mostram a origem das palavras, os idiomas dos índios no Brasil, os diferentes e também tem um vídeo que fala sobre a língua, eu que já quero fazer letras adorei, mas vale a pena até para quem acha português chato. 
  
Depois fomos na Pinacoteca, que é outro museu que fica em frente e tem entrada franca. Havia várias pinturas lindíssimas e esculturas fantásticas. Além disso tem um espaço que podemos interagir com o museu, escrevendo coisas e montando sua exposição, eu fiz a exposição que tinha uma prateleira e objetos para organizar.
  Depois teve o almoço que é uma parte que merce ser comentada. Foi num restaurante na rua Augusta chamado Madhu que é de comida indiana. MEUS DEUS, que comida, cheia de temperos, sabores, maravilhosa, amei conhecer, o preço era bem em conta também (considerando que é SP). Quem tiver curiosidade, experimente. 
 Depois fomos a um Pêsach (páscoa judaica) na casa de uns parentes. Foi bem interessante e nunca tinha participado de nada parecido. Já no penúltimo dia saltamos na Sé para passear pelo centro velho. Fomos primeiro na Igreja da Sé, depois numa loja tipo um e noventa e nove japonesa chamada Daiso, a qual recomendo fortemente que os consumistas não vão, pois há tudo que não precisamos, por um preço bom, e lindo! O tipo inútil bonito e barato. Depois disso fomos no São Bento comprar uns presentinhos, até ganhei um bolinho delicioso para dividir com o Jordan. Após esta ação, fomos dar um passeio no inferno, ou seja, na 25 de Março, um lugar cheio, com gente tetando te vender tudo que puder imaginar. Detesto. Fomos então para o Mercadão para o Jordan experimentar o famoso sanduíche de mortadela, que é tão enjoativo que ele nem aguentou. Passamos depois no Pateo do Collegio aonde São Paulo começou. O centro velho pode ser até mesmo bonito,  mas é muito triste ver a quantidade de moradores de rua, São muitos, e alguns usando drogas. Lamentável ver alguém nessa situação. 
Depois disso fomos, cheios de dor no pé de todos os dias descansar no hotel para ir depois no Itaú Cultural aonde assistimos Brasiliana que conta um pouco da nossa história. Fui de novo na Livraria Cultura depois disso. 
    No último dia fomos apenas na Liberdade de novo, porque aos domingos ocorre uma feirinha bem legal, 
       

domingo, 5 de abril de 2015

De volta

  Sumi uns dias, me perdoe. Nem sempre temos muito o que escrever, e eu tenho uma mente tão atordoada... Além disso fiquei esses dias de feriado/recesso/semana santa em São Paulo com minha tia e madrinha, mais conhecida por Dinda e com o Jordan em São Paulo (que a propósito eu amo). Fora que estava numa semana de testagem (um tipo de teste que tem na minha escola), vou ter simulado, tenho que arrumar meu quarto e ainda estou assistindo Malévola com minha mãe nesse momento. Quero desejar a todos uma boa semana e recomendar uma música, e a propósito, quem puder ver o vídeo também é muito bom.

When the Wild Wind Blows - Iron Maiden 

Daqui a uns dias colocarei umas dicas sobre São Paulo também e falarei sobre meu quarto.

FELIZ PÁSCOA

   Sei que sou sempre a última, mas queria desejar feliz páscoa a todos! Mesmo que sua religião não a tenha como evento e ainda que não tenha religião. A páscoa é um momento para renascimento, para pensarmos em quem somos e no que queremos mudar. Apesar de muitos acreditarem que é só uma data para comer chocolate, hahaha. 
   É sempre momento para nos recriarmos e mudarmos.

BOA PÁSCOA!!!

FONTE DA IMAGEM
https://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&site=imghp&tbm=isch&source=hp&biw=1517&bih=714&q=FELIZ+P%C3%81SCOA&oq=FELIZ+P%C3%81SCOA&gs_l=img.3...19.525.0.671.4.4.0.0.0.0.0.0..0.0.msedr...0...1ac.1.64.img..4.0.0.ghKZC6htt7g#hl=pt-BR&tbm=isch&q=feliz+p%C3%A1scoa+2014&revid=251060142&imgrc=Q08qUy6Ynn3Y-M%253A%3BkG-IX4PkFd6PCM%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.topdiario.com%252Fwp-content%252Fgallery%252Fcartoes-de-feliz-pascoa%252Ffotos-cartoes-de-pascoa-2014.jpg%3Bhttp%253A%252F%252Fwww.topdiario.com%252Fdestaques%252Fcartoes-frases-e-mensagens-de-feliz-pascoa-2014%252F%3B499%3B398

Quem sou eu

Minha foto
Dragão segundo o horóscopo chinês. Nascida no Rio, mas criada em Petrópolis (ainda bem). Além de querer ser professora, sonha em fazer muitas (MUITAS) coisas. Mas enquanto o dia não tem 72 horas, milita por um mundo melhor, escreve, tenta desenhar e bebe mate. Acredita plenamente no poder transformador do palco, dos animais e da educação.