quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

terça-feira, 9 de agosto de 2016

A Metamorfose - minhas impressões


   Li recentemente o livro A Metamorfose de Franz Kafka. A história é sobre o jovem Gregor Samsa, um caixeiro viajante responsável pelo sustento da família, e se mostra, até certa parte do livro, muito orgulhoso de o fazer, que num belo dia acorda transformado em um inseto gigantesco (tudo indica que seja uma barata, mas esse detalhe não fica explícito ao longo do livro). Inicialmente, o protagonista começa a fazer reflexões sobre a vida que tem levado, mas logo a realidade o confronta e seu chefe está o procurando por não ter aparecido na estação para ir ao trabalho. Assim que percebe a sua nova condição, a família adota uma relação totalmente diferente com Gregor, que passa a ser abandonado em seu quarto, nunca limpo, tratado com o maior descaso até mesmo com sua alimentação, além de estar fadado a ouvir conversas com teor altamente agressivo sobre ele. 



     A narrativa é extremamente impactante, as cenas são fortes e trazem sentimentos profundos, como o abandono e toda a dor (física e emocional) pela qual Gregor está passando, além de toda desumanidade e podridão mostrada pelos pais. Não só isso, o livro também denuncia a condição do homem no mundo burguês: o fato do valor de alguém ser determinado pelo trabalho. A partir do momento que Gregor se mostra incapaz de sustentar a família ele é abandonado, e não só isso (SPOILER!), a família só se vê feliz novamente quando "se livra" dele. Trazendo uma reflexão importante sobre a nossa relação com o mundo e as pessoas a nossa volta. Altamente recomendado, um livro que não será esquecido facilmente. 

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Conto sem Nome



      Um dia após cada dia. O tempo segue e eles vão. Ninguém sabe para onde, ninguém sabe o porquê, muito menos o que eles viram quando foram para lá. Não se sabe há quanto tempo, não se sabe se voltarão.
            Só se sabe que havia algo explodindo dentro deles, uma mistura simples e incompleta de tudo que eles haviam passado. Eles eram feitos de fogo, de raiva e de emoção.
            Os dois estavam longe demais para serem lembrados, e perto demais para serem esquecidos. Todos sabiam que aquilo iria continuar, como um equilíbrio, onde os dois seguem juntos, na mesma intensidade, em direções opostas, indo sempre para o mesmo lugar.
            Ela precisava da razão, e ele da sensibilidade. Eles morreriam juntos, pois obtiveram tudo, apesar de não parecer nada.
            Os dias passavam, o frio aumentava, mas eles continuavam, sua chama não havia se apagado. Ninguém os estava procurando, e isso tornava tudo ainda mais empolgante.
            Os ventos eram fortes, e o calor ficava cada vez mais intenso. Ela já estava achando que era loucura, e ele não via mais razão. Mas era a única forma, de manter tudo, como sempre foi.

            O calor se foi. Os dois voltaram a enxergar o sentido. Seu equilíbrio voltou a girar para poder se manter parado. E eles conseguiram se compor, quando se deixaram levar, pelo lua e pelas estrelas, pelo Sol e pela terra, pelo tudo e pelo nada. 

Desenho

Não sei se já falei por aqui, mas um hobby que gosto bastante é desenhar. Infelizmente não pratico tanto quanto gostaria, mas de vez em quando sai alguma coisa. Queria compartilhar aqui com vocês o último que consegui fazer, apesar de não ter finalizado, falta minha parte preferida: cores.




quarta-feira, 22 de junho de 2016

A hora, 16 de Fevereiro




            A rua estava deserta, a Lua era nova e poucas estrelas iluminavam meu horizonte. Meus pés batiam lentamente no chão e o ar fustigava minha pele com rajadas geladas. Foi quando vi. A mulher tinha a magreza de uma criança miserável, os olhos cinzentos eram furiosos, sua pele parecia feita de pérolas e longas asas negras saíam de uma túnica creme. O local parecia perfeito, quanto à hora, sentia como se coragem ainda não tivesse tomado conta de meu corpo, alma e mente. Um passo a frente ou um passo atrás. Tanto fazia. O que aconteceria a seguir? Descobriria em pouco tempo. A mulher deu um passo para frente e entrelaçado por seus dedos compridos vi um instrumento musical dourado, lembrava-me uma flauta. A mulher estendeu a mão oferecendo-me sua flauta. Com um pouco de desconfiança peguei o objeto de sua mão. Ela assentiu com seriedade e se virou para trás. Senti a flauta em minhas mãos, era leve e delicada, como se não fosse o que aparentava. Fechei os olhos. Senti meu corpo ficando cada vez mais leve e os problemas saindo de dentro de mim. O frio da noite já não parecia mais tão frio. Então deixei que o destino me levasse.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Realizando sonhos


    Temos que sonhar grande, não, não é um incentivo, é algo que é imposto para nós diariamente. É claro que nossos sonhos precisam se encaixar em um padrão, somos uma sociedade baseada em padrões, e isso não é algo exatamente bom.

     Mas vamos voltar ao que eu queria falar, quais devem ser nossos sonhos? Basicamente, coisas que envolvam ter dinheiro e o dito sucesso, há em um livro não tão bom de um autor que nem gosto muito uma reflexão que ajuda bastante a entender o nosso mundo, é mais ou menos assim, a gente tem que estudar para entrar numa faculdade legal, para conseguir um bom emprego, e ter uma boa casa, para que nossos filhos possam estudar e ir para uma faculdade legal, e conseguir um bom emprego. Agora, usando a reflexão de um professor de filosofia que tive no ensino médio, na vida nós temos vários momentos "yupi" (acho que não era essa a palavra que ele usava), quando aprendemos a ler, fazemos "yupi", quando saímos a primeira vez sozinhos, fazemos "yupi", quando damos nosso primeiro beijo, fazemos "yupi", mas em todos esses momentos, estávamos sendo condicionados a pensar no que estava lá na frente, naquele momento aonde seríamos bem sucedidos e felizes, e com tempo, e quando a gente chega finalmente nesse momento lá na frente, a gente percebe que acabou não se importando com aqueles vários momentos "yupi", e acabou por não ter pensado no que realmente importa, nem tendo prestado atenção nessas pequenas coisinhas que fazem a gente feliz. 
   Temos que ser felizes, e estamos tão preocupados com essa felicidade absoluta que tudo que realmente faz feliz, passa despercebido. Além disso, ainda tem aquele monte de gente que vai falar que a gente não pode ser feliz fazendo o que a gente gosta, aquele exemplo clássico do artista que acaba virando engenheiro porque a família obrigou. A felicidade é restrita a um certo grupo, que ninguém sabe se são ou não felizes de verdade.

   Nosso sistema não está preocupado se a gente está sendo feliz ou não, só se a gente está reproduzindo um modelo que só é bom para ele. 

Filmes sobre sonhos, ou que me fizeram pensar nesse negócio de ser feliz: O Lado Bom da Vida
Um Bom Ano
O Reencontro
8 Mile

sábado, 28 de maio de 2016

10 Qualidades

     Como já disse antes, somos incentivados a acreditar que não somos bons o suficiente, para nada. Eu, particularmente, sou uma pessoa bastante insegura, e inspirada em um texto lindo que li num lugar lindo, vim aqui tentar dar um golpe na minha insegurança e fazer uma lista de qualidades minhas feita exclusivamente por mim:

1) Eu pulo corda bem;
2) Eu sou uma boa pessoa;
3) (Quando é necessário) tenho uma dedicação 101%;
4) Não sei mentir;
5) Brinco com cães de rua;
6) Não sou egoísta;
7) Sou relativamente criativa;
8) Meus muffins ficam deliciosos;
9) Eu tenho sentimentos (talvez numa dose exagerado);
10) Me lembro muito das coisas

Quem sou eu

Minha foto
Dragão segundo o horóscopo chinês. Nascida no Rio, mas criada em Petrópolis (ainda bem). Além de querer ser professora, sonha em fazer muitas (MUITAS) coisas. Mas enquanto o dia não tem 72 horas, milita por um mundo melhor, escreve, tenta desenhar e bebe mate. Acredita plenamente no poder transformador do palco, dos animais e da educação.