A rua estava deserta, a Lua era nova
e poucas estrelas iluminavam meu horizonte. Meus pés batiam lentamente no chão
e o ar fustigava minha pele com rajadas geladas. Foi quando vi. A mulher tinha
a magreza de uma criança miserável, os olhos cinzentos eram furiosos, sua pele
parecia feita de pérolas e longas asas negras saíam de uma túnica creme. O
local parecia perfeito, quanto à hora, sentia como se coragem ainda não tivesse
tomado conta de meu corpo, alma e mente. Um passo a frente ou um passo atrás.
Tanto fazia. O que aconteceria a seguir? Descobriria em pouco tempo. A mulher
deu um passo para frente e entrelaçado por seus dedos compridos vi um
instrumento musical dourado, lembrava-me uma flauta. A mulher estendeu a mão
oferecendo-me sua flauta. Com um pouco de desconfiança peguei o objeto de sua
mão. Ela assentiu com seriedade e se virou para trás. Senti a flauta em minhas
mãos, era leve e delicada, como se não fosse o que aparentava. Fechei os olhos.
Senti meu corpo ficando cada vez mais leve e os problemas saindo de dentro de
mim. O frio da noite já não parecia mais tão frio. Então deixei que o destino
me levasse.
Local de experimentação, de soltar a palavra sobre o que der na telha. Sempre de portas abertas a quem quiser abrir a porta e dar uma espiada.
quarta-feira, 22 de junho de 2016
sexta-feira, 17 de junho de 2016
quarta-feira, 15 de junho de 2016
Realizando sonhos
Temos que sonhar grande, não, não é um incentivo, é algo que é imposto para nós diariamente. É claro que nossos sonhos precisam se encaixar em um padrão, somos uma sociedade baseada em padrões, e isso não é algo exatamente bom.
Mas vamos voltar ao que eu queria falar, quais devem ser nossos sonhos? Basicamente, coisas que envolvam ter dinheiro e o dito sucesso, há em um livro não tão bom de um autor que nem gosto muito uma reflexão que ajuda bastante a entender o nosso mundo, é mais ou menos assim, a gente tem que estudar para entrar numa faculdade legal, para conseguir um bom emprego, e ter uma boa casa, para que nossos filhos possam estudar e ir para uma faculdade legal, e conseguir um bom emprego. Agora, usando a reflexão de um professor de filosofia que tive no ensino médio, na vida nós temos vários momentos "yupi" (acho que não era essa a palavra que ele usava), quando aprendemos a ler, fazemos "yupi", quando saímos a primeira vez sozinhos, fazemos "yupi", quando damos nosso primeiro beijo, fazemos "yupi", mas em todos esses momentos, estávamos sendo condicionados a pensar no que estava lá na frente, naquele momento aonde seríamos bem sucedidos e felizes, e com tempo, e quando a gente chega finalmente nesse momento lá na frente, a gente percebe que acabou não se importando com aqueles vários momentos "yupi", e acabou por não ter pensado no que realmente importa, nem tendo prestado atenção nessas pequenas coisinhas que fazem a gente feliz.
Temos que ser felizes, e estamos tão preocupados com essa felicidade absoluta que tudo que realmente faz feliz, passa despercebido. Além disso, ainda tem aquele monte de gente que vai falar que a gente não pode ser feliz fazendo o que a gente gosta, aquele exemplo clássico do artista que acaba virando engenheiro porque a família obrigou. A felicidade é restrita a um certo grupo, que ninguém sabe se são ou não felizes de verdade.
Nosso sistema não está preocupado se a gente está sendo feliz ou não, só se a gente está reproduzindo um modelo que só é bom para ele.
Filmes sobre sonhos, ou que me fizeram pensar nesse negócio de ser feliz: O Lado Bom da Vida
Um Bom Ano
O Reencontro
8 Mile
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Quem sou eu
- /Juliana/
- Dragão segundo o horóscopo chinês. Nascida no Rio, mas criada em Petrópolis (ainda bem). Além de querer ser professora, sonha em fazer muitas (MUITAS) coisas. Mas enquanto o dia não tem 72 horas, milita por um mundo melhor, escreve, tenta desenhar e bebe mate. Acredita plenamente no poder transformador do palco, dos animais e da educação.